Ela olhou pra ele. Parecia que só isso bastava... não pela eternidade, mas com certeza por um tempo indizivelmente longo. Um sentimento que parecia não caber dentro de si mesma, de não se contentar em ficar limitado a um simples corpo. Queria transbordar, transpor a carne e quem sabe até a alma para existir por si só.
Veio à sua mente a certeza momentânea de que nada mais importava. Nada. No mundo inteiro. Uma vontade imensa de que o tempo parasse, e conservasse aquele momento para sempre. Não apenas a imagem congelada na memória humana, que desbota com o passar dos anos, mas aquele turbilhão de energia que corria no espaço entre os dois, o amor, que naquele instante era quase palpável. Era impossível que houvesse existido no universo, em toda sua existência, algo tão grandioso. Se o homem e a alma devem perecer como carne e conciência, ainda devem estar vivos, ardentes, naquele sentimento, naquela sensação. E só isso bastaria.
E então o relógio voltou a andar, ele continuou seu caminho pela rua, e ela, parada do outro lado da vitrine, percebeu que se apaixonara.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
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