Eu e minha multiplicidade, tão clichê!
Mas infelizmente é verdade. Sou tantas que até me perco em divagações. Eu acho isso, mas em que face? A face norte sempre parece concordar, enquando o sudeste diz "não" antes mesmo de pensar. O oeste nem se quer pensa: fita o horizonte num olhar apaixonado, maravilhado com o amor, a poesia e a beleza. E chora. O leste divaga tanto que nunca chega a uma conclusão.
Quando me vejo confrontada por alguma pessoa com rosto de concreto, me demandando uma posição, uma resposta - ou mesmo uma pergunta -, sou obrigada a rapidamente escolher uma de minhas Helenas e jogá-la ao exterior. Torno-me esta, e esta apenas. O problema ocorre quando todas querem sair ao mesmo tempo! Em meio ao caos da minha mente, tento gritar "Acalmem-se, Helenas!", mas não adianta, saem todas ao mesmo tempo, e nada mais que digo faz sentido.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A quoi ça sert l'amour? (I)
Ela olhou pra ele. Parecia que só isso bastava... não pela eternidade, mas com certeza por um tempo indizivelmente longo. Um sentimento que parecia não caber dentro de si mesma, de não se contentar em ficar limitado a um simples corpo. Queria transbordar, transpor a carne e quem sabe até a alma para existir por si só.
Veio à sua mente a certeza momentânea de que nada mais importava. Nada. No mundo inteiro. Uma vontade imensa de que o tempo parasse, e conservasse aquele momento para sempre. Não apenas a imagem congelada na memória humana, que desbota com o passar dos anos, mas aquele turbilhão de energia que corria no espaço entre os dois, o amor, que naquele instante era quase palpável. Era impossível que houvesse existido no universo, em toda sua existência, algo tão grandioso. Se o homem e a alma devem perecer como carne e conciência, ainda devem estar vivos, ardentes, naquele sentimento, naquela sensação. E só isso bastaria.
E então o relógio voltou a andar, ele continuou seu caminho pela rua, e ela, parada do outro lado da vitrine, percebeu que se apaixonara.
Veio à sua mente a certeza momentânea de que nada mais importava. Nada. No mundo inteiro. Uma vontade imensa de que o tempo parasse, e conservasse aquele momento para sempre. Não apenas a imagem congelada na memória humana, que desbota com o passar dos anos, mas aquele turbilhão de energia que corria no espaço entre os dois, o amor, que naquele instante era quase palpável. Era impossível que houvesse existido no universo, em toda sua existência, algo tão grandioso. Se o homem e a alma devem perecer como carne e conciência, ainda devem estar vivos, ardentes, naquele sentimento, naquela sensação. E só isso bastaria.
E então o relógio voltou a andar, ele continuou seu caminho pela rua, e ela, parada do outro lado da vitrine, percebeu que se apaixonara.
domingo, 22 de novembro de 2009
Relacionamentos: eu e meu eu etílico
Nós nos damos muito bem, apesar das discussões monetárias mensais.
Ele sempre quer um lado, eu o outro. Aliás, nas raras vezes em que concordamos, as consequências são catastrósficas. Acho que apesar de termos aprendido a conviver um com o outro, a paz nunca será plena,
e talvez isso só dê uma pitada de cor no nosso relacionamento. Estilo novela mexicana, até.
Quer saber? Ele é até mais bem decidido que eu. Meu eu Maria Helena é sempre inseguro e inconstante, eu hoje não sou mais eu ontem. Ouso dizer que não sou nem eu meia hora atrás. Nasço e morro a cada instante, renovando em mim o que envelheceu. Ele não.
Ele é único e forte. Defende suas idéias com garra e coragem, não vacila. Ele fixa um olhar no rosto da pessoa que ama.
Eu, ele, eu. Melhor e pior companheiro. Inevitável companheiro.
Ele sempre quer um lado, eu o outro. Aliás, nas raras vezes em que concordamos, as consequências são catastrósficas. Acho que apesar de termos aprendido a conviver um com o outro, a paz nunca será plena,
e talvez isso só dê uma pitada de cor no nosso relacionamento. Estilo novela mexicana, até.
Quer saber? Ele é até mais bem decidido que eu. Meu eu Maria Helena é sempre inseguro e inconstante, eu hoje não sou mais eu ontem. Ouso dizer que não sou nem eu meia hora atrás. Nasço e morro a cada instante, renovando em mim o que envelheceu. Ele não.
Ele é único e forte. Defende suas idéias com garra e coragem, não vacila. Ele fixa um olhar no rosto da pessoa que ama.
Eu, ele, eu. Melhor e pior companheiro. Inevitável companheiro.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Parto.
Uma criação apenas pela criação? Não acredito em tal feito.
Tudo que é criado é a energia guardada que finalmente quisemos externar. Se quiser entrar nesse mundo, seja bem-vindo. Aqui, tentarei mostrar minha essência do modo mais puro, a polpa do meu ser, o monólogo do meu eu com o silêncio.
Projeto de Prefácio.
Sábias agudezas...refinamentos...
-não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.
Mário Quintana
Tudo que é criado é a energia guardada que finalmente quisemos externar. Se quiser entrar nesse mundo, seja bem-vindo. Aqui, tentarei mostrar minha essência do modo mais puro, a polpa do meu ser, o monólogo do meu eu com o silêncio.
Projeto de Prefácio.
Sábias agudezas...refinamentos...
-não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.
Mário Quintana
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